segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MEIA MENTIRA...

Cinema é uma arte cara! Tenho certeza que mais cara do que qualquer outra arte. Para fazer é uma fortuna, para divulgar outra. Claro que agora com as tecnologias se desenvolvendo mais rapidamente e novíssimos equipamentos chegando a todo momento é obvio que o custo baixou. Mas ainda é muito alto. Gastam-se milhões em boas idéias (um filme geralmente custa em torno dos 25 milhões de dólares no mínimo) , mas com o surgimento das novas tecnologias, câmeras digitais e afins filmes como Atividade Paranormal podem surgir e “provar” que uma idéia na cabeça e uma câmera na mão podem sim funcionar.
Se para os produtores cinema é algo exorbitante, que muitas vezes precisam envolver em suas produções investimentos de dois, três, quatro países, para o público também não sai nada barato ir ver o produto final. Foi-se a época em que ir ao cinema era algo barato, que com vinte reais dava para pagar o ingresso de pelo menos três pessoas. Hoje não dá mais! Não é novidade para ninguém que os multiplex da vida ao mesmo tempo que trouxeram conforto, ótima imagem e som e também filmes que poderiam nunca chegar no circuito brasileiro, trouxeram também um aumento (muitas vezes abusivos) do preço do ingresso. Aqui em Salvador o mais caro chega a custar R$ 23,00.
Vamos às contas: R$ 23,00 reais para uma inteira de um filme 3D, digamos que uma família vá ao cinema, pais e 2 filhos com idade acima de 10 anos (eles pagam meia)... R$ 71,00! Fora pipoca, refrigerante etc... Realmente não sai barato e nem todo mundo pode gastar esta quantia exorbitante e não sentir o abismo no bolso logo depois. Com este fenômeno, muitas vezes o publico acaba migrando para pirataria, R$ 4,00 um DVD lançamento, você acaba economizando uma forte quantia no final das contas. Ganha-se no preço, perde-se na imagem, som, conforto e a magia da experiência de uma sessão de cinema. Vi uma certa vez o diretor Fernando Meireles dizer que já viu cinema de 43 reais. Como assim 43 reais? Que cinema é esse? De ouro? Ou um 3D em que você vê Deus saindo da tela?! Só pode ser...
Também tem um outro lado dessa coisa de ingresso caro, aqui em Salvador, que não atinge somente o cinema, mas também outros tipos de arte. A cultura da meia entrada. Aqui em SSA é muito difícil você ver alguém com idade entre 15 e 35 anos que não tenha carteira de meia passagem, sendo estudante ou não. Com as tecnologias chegando minuto a minuto a pirataria de documentos também se desenvolveu. Quando em uma roda de amigos uma pessoa não tem um comprovante de matricula, uma carteira de meia que seja ela é logo estranhada pelo resto do grupo. Já vi isso acontecendo um monte de vezes. É o jeitinho brasileiro dando as caras! Mas para quem acha que isso é pura vantagem engana-se...
Digamos eu você queira ver uma peça, show, ao preço de 100 reais a inteira. Com sua carteira falsa vai pagar cinquentinha... vai a show curte e ainda pegou meia... Mais ou menos. Os produtores já sabem que aqui na Bahia como em outros estado s a cultura da meia entrada falsa é grande. Então eleva-se o preço da inteira para algo exorbitante e cobra-se uma meia com preço de inteira. Você pensa que sai na vantagem, mas acaba pagando papel de idiota. Perde o sujeito que tem carteira falsa, pois não é inteligente o suficiente para ver a burrada que faz, perde o investidor que poderia lucrar mais se tudo fosse feito corretamente e perde principalmente quem tem a carteira de estudante pois é estudante mesmo, já que esta pagando uma “inteira” camuflada. Acho que por isso, alguns cinemas/teatros/bilheterias em geral em SSA não pedem comprovação da sua carteira quando você pede meia entrada. Para quem, não é mesmo? A maioria é tudo falsa. E diga-se de passagem, a meia também é!
Nem vou me aprofundar aqui em quem perde nesse processo todo. Somos nós, o publico. E por conta do alto preço de meias e inteiras as estratificações das pessoas que vão ao cinema são feitas. Lembro da ultima vez que fui a cinema ver um filme sobre negritude ou com atores negros, ou com gente negra envolvida na direção. O publico era majoritariamente branco. Simples assim. E você que esta lendo vai me dizer o que? Que a população negra não tem cultura? Que não sabe discernir o joio do trigo. A Princesa Sapo vem aí, nas próximas semanas e vocês duvidam quanto que a primeira princesa negra da Disney seja vista mais por brancos que por negros? Pagando quantias exorbitantes o publico vai sempre preferir as desvantagens técnicas e o preço barato da pirataria e o cinema vai continuar divulgando uma só cor. Cinema é uma arte cara. Sempre foi. Tanto para o publico quanto para seus investidores. Precisa-se tornar-se acessível.

domingo, 22 de novembro de 2009

As más línguas nunca metem!...

Alta temporada começou em Salvador!!! Gente bonita pra todo canto, ruas cheias, show de graça e de todo preço pra tudo quanto é canto e para todos os gostos, ensaios dos blocos bombando, Pelourinho voltando com todo gás, praias fervendo, até nos dias de semana tem festa, pra quem pode, para quem tem carro, para quem agüenta voltar do trabalho cansado e pegar uma festa que só termina duas, três da manhã e no outro dia trampar como se nada tivesse acontecido... Em breve chega janeiro, lavagens, ensaios e ai só esperar um tempinho carnaval...


É nessa época que a população branca de Salvador cresce de uma forma impressionante. Vem de todos os cantos do mundo, cumprir aqui uma infinidade de objetivos ou fantasias... Atrás de cultura, aliada com muita diversão e por que não sexo! Vem ver o que o baiano(a) tem, do que são capazes, se tudo que ouvem lá fora é a mais pura verdade, ou pura balela!

E os turistas, principalmente os gringos, vão em tudo quanto é canto para descobrir este segredo e experimentar dos sabores que seu imaginário tece frente a terra onde está. Ele não quer só desvendar a cultura e os costumes de Salvador que aparecem em postais, campanhas de agencias de turismo etc, ele quer ir além, que fotografar os becos da Liberdade, vem parar em bairros periféricos, a praia de Paripe e outros tantos locais que não aparecem na Salvador destacada pela Bahiatursa. Afinal de contas, para que pagar a prostituta/gp da Manoel Dias se você pode ter a garotinha(o) da periferia, preto(a) e pobre que se encanta com qualquer príncipe do cavalo branco que apareça por ali, de graça?... Por que nos bairros periféricos os estrangeiros (sejam eles de que qualidade for) são vistos com olhos que recebem com encanto e também certa surpresa... “Nossa, mas ele está aqui!” dizem os mais assustados... E o turista percebe com certa graça o encanto que provoca e se aproveita disso. É o cara/mulher que “vem de fora”, “o gringo”, que provavelmente “tem dinheiro”, “banca”, os olhos brilham e todos cobiçam...

Existe um outro tipo de movimento. Um movimento que vai de encontro com os estereótipos do turista mais interessado no sexo que em qualquer outra coisa por aqui e também do negro (a) que se oferece ao tipo de papel sexual a lá clássico entoado por Carmem Miranda... São os engajados. Existem dois tipos deles: o primeiro é o carinha que não se entrega, ele é do gueto, de raiz, só ouve coisa fabricada pela mídia alternativa, deixa os cabelos trançados, black, sempre. Ele tem orgulho da identidade que prega e também prega este orgulho para os demais a sua volta. Ele também não pode namorar, flertar, ficar, com o outro da uma raça diferente da sua, por que se não esta traindo a “irmandade”, os princípios da mesma, da comunidade, esta se afastando de seus irmãos... Ele só ouve certos tipos de musica, vai a certos tipos de lugares, veste certos tipos de roupa e adora deuses demarcados... Não se dá conta que faz dois tipos de movimento, o de desconstrução daquilo que o subalterniza, mas constrói um outro estereotipo, de um outro modelo que não pode ser nunca quebrado para o bem de toda a comunidade.

Ergue-se também um outro tipo. Que faz o mesmo movimento, só que com uma cor diferente... ele também não pode negar suas raízes, se misturar, freqüentar certos tipos de lugares, pois sua vida é regida por códigos de conduta que não podem ser quebrados. Nada de se envolver com gente que tenha a mesma feição da suas empregadas domesticas, nem de ir a lugares perigosos, onde existe muita gente feia cometendo muita bizarrice de uma só vez...

Com toda a mensagem da “mistura ae” que a mídia baiana passa e tenta colocar de forma muitas vezes obrigatória em nossa cabeça é preciso estar atento para a forma como nos misturamos e nos separamos... Nos modelos que construímos e em tudo mais o que dizem.

A cidade está cheia. e a alegria esta na moda. Baiano é tido como alegre, festeiro, amoroso, carinhoso, quente, safado, também como preguiçoso. E aparentemente os de fora e os de dentro se juntam, mas é preciso estar atento e ver que a felicidade, a alegria, a amizade não é tão colorida quanto parece!...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Helena se ajoelha...

Não assisto a novela das nove, não por que não gosto, mas por que não dá tempo. Ontem cheguei em casa e no final da novela sentei cansado para ver o que sobrava de mais um capítulo do folhetim de Manoel Carlos. Esperava ver as mesmas coisas de sempre: Aquela bossa nova insuportável bombando no seu ouvido, a burguesia carioca experimentando as coisas boas da vida e as vezes comendo o pão que o diabo amassou, personagens tomando um bom vinho e ouvindo “uma boa música”, as praias do Rio de janeiro, aquela filosofia de botequim que só o autor sabe passar... Tomei um choque com uma cena forte que passava na hora.

A cena tratava-se do confronto da personagem principal e a mãe de sua enteada. Taís Araújo e Lilia Cabral, brilhantes por sinal, cada uma a sua forma. A cena parecia que ia dar um bom caldo. Nem consegui ir pro quarto para tirar a roupa, descansar etc. Fui sendo seduzido pelo texto que estava maravilhosamente interpretado pelas duas atrizes. Sei lá, um confronto de gerações, tudo muito bem feito e arrumadinho. A cena estava brilhante, eu La com meu queixo caído de ver a entrega de Taís pela personagem, lindo de se ver o desenvolvimento dela. Ela sem maquiagem, sem nada para evidenciar o sofrimento. Só o choro e a interpretação já estavam ótimos. Por sua vez Lilia Cabral sem chorar em nenhum momento, engolindo o choro muitas vezes para evidenciar uma mulher extremamente amargurada, nossa (!) o que era aquilo? Muito bom!

Mas ai vem... sempre vem não é mesmo, algo para desencadear alguma coisa muito complicada. A helena de Taís perde perdão, PE de perdão novamente, pede perdão mais uma vez e nada da outra personagem (só sei o nome de Helena na novela, por que sempre em toda novela do autor é a mesma coisa...) aceitar. E a personagem de Lilia Cabral traz algo que Helena fez de podre no passado para subir na carreira. Humilhação nº1! Ai ela resolve, aos prantos se ajoelhar. Humilhação nº 2!! E chora daqui e chora dali, nunca vi Taís em uma papel pra chorar tanto... Em seguida depois de pedir perdão, suplicar seria uma melhor palavra... a personagem não obtém o que tanto precisa para levar sua vida normalmente. Há um silencio insuportável no ar. Humilhação nº 3!!! E logo depois um tapa na cara. Humilhação nº 4!

Nunca vi uma helena tão submissa, nunca vi uma helena tão mal resolvida, nunca vi uma personagem tão distante da outras Helenas. Ou seja, nunca vi uma Helena sem ser Helena. As personagens principais das novelas de Manoel Carlos geralmente são tudo, menos submissas. Até hoje não vi uma que por mais atrocidades que passassem fossem tão submissas assim. Fiquei pensando depois se seria por conta da primeira Helena jovem este tipo de atitude ser de uma mulher jovem perante alguém mais velho. Nós que somos jovens fazemos besteiras com nosso próprio eu muitas vezes, por conta da imaturidade... Mas a cena ficou muito complicada aos meus olhos. Gostei, as duas atrizes estavam perfeitas, mas a humilhação em comparação a outras personagens foi de matar.

No minuto seguinte a cena já estava repercutindo no twinter, no you tube, no Orkut, no faceboobk, salas de bate papo, MSN sites de fofoca e no mais que você imaginar aí. Todo mundo comentando que Tais estava ótima, ou sem sal, que Lilia Cabral era uma diva, que a cena foi chocante, que isso, que aquilo... A cena não tinha nem dois minutos vinculada na TV e já estavam dizendo tudo sobre ela... E eu também não podia escapar do meu comentário!

Espero ver o desenvolvimento da novela. Como a Helena de Manoel Carlos irá se comportar... Se levanta o nariz e segue em frente, trabalhando muito bem essa culpa dentro de si ou continua a mulher submissa que vi na ultima cena da novela no capitulo de ontem...

domingo, 1 de novembro de 2009

Besouro (parte 1): Visões de um garoto no corpo de um homem...

Fiquei pensando enquanto saia da sala que exibia Besouro, relembrando as cenas de ação e as dos orixás protegendo o herói na minha cabeça, como seria a recepção de um filme desse quando eu era garoto. No cinema que estava vendo o filme a maioria esmagadora era de adultos, até porque a sessão era a noite, iria acabar tarde e “já era hora de criança ir dormir”. Sai do cinema ao som de aplausos (!!!) com caras de trinta e poucos anos vibrando parecendo moleques de doze. Só faltavam dizer que iriam comprar o boneco do personagem principal. Confesso que se tivesse a venda comprava de todos os personagens...

O filme é correto e pronto. Não trata-se de um filme magnífico, cumpre algumas promessas e foge de outras de fininho como quem não quer nada, mas mesmo assim é um bom filme. Mas o que BESOURO tem a oferecer acho é o que vem depois de assistir, é quando a tela para de projetar o filme e a historia ganha a força do boca a boca do povo, da imaginação dos meninos repetindo as cenas do filme, do herói que cresce na cabeça de cada espectador.

O filme do jeito que foi feito, com as frases de efeito, técnicas, roteiro passando determinado tipo de mensagem não poderia ser feito em outra época. Não poderia ver este tipo de filme na mesma época que, por exemplo, Jurassick Park. O Brasil não estava preparado, as pessoas não estavam preparadas para um filme onde os Orixás e os negros tem uma resolução tão bem acabada e respeitosa. Naquela época o movimento negro denunciava os abusos da mídia com os afro brasileiros, hoje seu poder já sai do discurso engajado da academia e chega até as ruas. De uma forma completamente diferente, muitas vezes modificada até para o melhor, mas hoje o brasileiro por conta de inúmeras iniciativas anti racistas tem uma outra perspectiva do processo brasileiro contra a desigualdade.

Mesmo assim ainda existem pessoas que não estão preparadas. Estavam lá as pessoas rindo pois achavam divertido as frases de um dos vilões do filme e se divertia a cada episodio que BESOURO pisava na bola. Acho que este numero de pessoas anos atrás poderia ser melhor. Hoje já não se manifestam tanto (nem todos tem coragem de explicitar seu pensamento, mesmo dentro de uma sala escura) ou construíram uma outra Idea sobre a cultura africana e afro brasileira.

Besouro não poderia ser feito anos atrás, seria muito avançado e até o cinema nacional não funcionava naquela época como funciona hoje. Era tudo invertido. Mudamos do avesso para o direito e hoje os molequinhos podem continuar as aventuras de Besouro e Dinorá quando o filme acabar...

Besouro (parte 2). Voa aí Besouro que eu quero ver...

Vamos logo com foco no resultado: quando acaba a projeção do filme Besouro o espectador tem a sensação de que experimentou de um belo prato, mas que não esta saciado totalmente. Ainda sente fome, ainda quer mais. Ou seja, Besouro, filme de João Daniel Tikhomiroff promete, promete, promete e no final das contas não cumpre muita coisa. O trailer lembro a primeira vez que vi no you tube, fique impressionado. Depois de ver ao filme inteiro você se dá conta do trabalho aprimorado de construção do trailer juntando partes de todo uma película em um só ponto. Mas como trailer é só promessa sem muito fundamento, quando o filme passa pelos seus olhos a sensação é de que falta algo para que o sorriso no rosto do expectador não fosse amarelo e sim um sorriso vasto e bonito.
O filme conta a historia do lendário capoeirista homônimo que por conta de um erro seu torna-se herói para proteger os eu povo negro que ainda é tratado como escravo pelo sistema coronelista no século XIX. Protegido pela força dos Orixás Besouro torna-se um herói que joga capoieira, que voa, torna-se invencível e líder de uma revolução. Misturado a todo este contexto existe romance, comedia, ação, uma mistureba boa que todo filme de aventura tem que ter.
BESOURO seria a primeira tentativa do cinema brasileiro de quebrar vários tabus construídos durante anos: o primeiro é do de o cinema brasileiro não se dá bem com a linguagem comercial। Parece que tudo fabricado no Brasil para ser considerado bem feito tem que ter um pé no alternativo, não foi feito para vender e somente vender e entreter। Mas Besouro,a lém da mesnagem que passa foi feito para divertir tanto a molecada quanto o povo adulto. O filme apesar do discurso engajado tem um objetivo formar um herói produto para toda a família, algo genuinamente brasileiro que pudesse repercutir por todo país। Um segundo fator, seria a loucura do cinema nacional dos últimos anos, ter um pé (ou melhor os dois pés!!!) em gêneros manjados; denuncismo, temática violenta, comedia, comedia romântica, policial, imitação de roteiro hollywoodiano, filme passado em favela। Besour neste quisito é bem mais resolvido, pois é uma aventura jenuinamente brasileira. E por último, o filme traria um personagem negro, herói, forte, com um par romântico da sua cor, ele também orgulhoso da sua raça e da sua cultura. E do jeito que as coisas vão no Brasil com “Zés Pequenos” e afins, Besouro é um personagem realmente diferencial.

O filme infelizmente acaba pecando em vários pontos. Poderia ter mais lutas, mais ação, um roteiro mais conciso, sem tantos erros de continuidade, um herói mais decidido, direção mais pé firme e atores mais bem preparados. Compromete o resultado confesso, a atuação mesmo do ator principal chega às vezes a constranger e os efeitos especiais não são tão especiais assim. Mas trata-se de um produto tão distinto no imaginário brasileiro que mesmo com certos defeitos o filme ganha pontos em se mostrar diferente para a platéia. Diferente ao respeito dado aos personagens negros e a toda mitologia afro brasileira. É neste ponto que Besouro cresce, lindo e voando.
No final saímos do cinema não saciados. Tive a certeza que tinha ingerido um produto de boa qualidade, mas queria mais, mais, mais , quem sabe da próxima vez...